quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Quer pagar quanto?!

Diario de bordo: setembro de 2008.

Bom, tem um assunto que eu pretendia escrever ja tem um tempo, mas soh agora juntei informacoes suficientes para descrever aqui. Sao sobre os produtos eletroeletronicos produzidos e vendidos na India. E agora, depois de tantas experiencias, vale a pena contar um pouquinho. Desde que cheguei aqui ja tive que comprar dois aquecedores, dois liquidificadores, ja troquei o ventilador de teto, arrumei o ar condicionado e, no momento, meu ferro esta com um ligeiro defeito... depois de tudo isso, cheguei a conclusao de que talvez, assim, quem sabe, os eletroeletronicos na India nao sejam de tao boa qualidade (ou entao os equipamentos nao gostam de mim... :P)...
Pelo menos tudo o que eu comprei de marca nacional, acabei tendo que trocar por outro de marca conhecida (deve ser porque aqui nao tem Brastemp...). Explicarei produto por produto, assim fica mais facil:
Logo que me mudei para o meu apartamentinho, comecei a mobilia-lo de maneira que eu tivesse tudo, mas ao mesmo tempo, que nao gastasse muito. Entao, a solucao foi comecar comprando coisas mais baratas, ja que seria apenas para durar por pouco tempo. Apesar de que nao esperava que fosse durar tao pouco assim... O primeiro foi o liquidificador. Como sabia que nao iria cozinhar muito, comprei um liquificador de marca nacional, o mais barato que tinha na loja, soh para o intuito de fazer vitaminas e sucos. Ate que era bonitinho, vinha com tres jarras de tamanhos diferentes, de aluminio, e o motor vinha na cor creme com vermelho. Iria quebrar um bom galho... e quebrou.... literalmente... Ta, ate que ele durou bastante, uns tres meses, e enfim, no quarto mes de uso, a helice do motor resolver se soltar e minha vitamina vasou liquidificador abaixo... Utilizando minha tecnica Tabajara de reconstituicao de liquidificadores, dei um jeito de re-ajustar a helice e continuei utilizando-o normalmente. Mas o fim estava proximo... para ajustar a jarra no motor, era preciso encaixar o copo e dar uma giradinha para a direita. E para retirar, era soh fazer o caminho inverso: dar a giradinha para a esquerda e puxar o copo. Mas numa bela manha de sol, apos preparar uma vitamina feliz e contente, fui retirar a jarra do motor... giradinha... nada... puxo o copo para sair... nada... outra giradinha... snif...o copo nao sai.... ate que resolvi aceitar o fato de que a vitamina devia ter virado uma argamassa no fundo da jarra (ja com a helice em condicoes instaveis), que colou no motor, formando uma super-ultra-hiper-potente cola, impossivel de ser solta por qualquer ser humano... Resultado: jarra (copo) e motor para o lixo (detalhe: a jarra foi suja de vitamina recem-preparada...) e vamos para a loja comprar outro. Assim, ja consciente das possiveis complicacoes enfretadas com produtos nacionais, resolvo comprar um liquidificador Walita. Nao era dos melhores da loja, mas desta vez tambem nao foi dos mais baratos. Esse ate hoje esta em funcionamento.. ufa...

Capitulo dois: o aquecedor.

Em meados dos mes de novembro, pouco antes do inverno chegar, decido comprar um aquecedor, ja que em dezembro a temperatura iria cair bastante e, para nao ficar desprevinida, resolvo compra-lo o quanto antes. Infelizmente, utilizo o mesmo sistema do liquidificador: acabo comprando o mais barato da loja; de marca nacional, claro. Mas ele era bem simpatico: branquinho, pequeno, com cobertura de borracha, nem parecia um aquecedor de tao bonitinho. Mas beleza exterior nao conta nem para eletroeletronicos: na primeira semana de uso, o fusivel queima e tenho que voltar na loja para trocar. O vendedor, todo prestativo, enviar o aquecedor para a fabrica e, uma semana depois, me devolve com tudo consertado. Volto para casa (sempre feliz e contente!) na esperanca de re-estrear o aquecedor. Mas inteligencia de jumento dura pouco: como eh que eu fui comprar um aquecedor com cobertura de borracha?!! Eh logico que, na primeira super-aquecida do coitado, a borracha foi queimando junto com o aquecedor e, no final de meia-hora do aparelho ligado, meu quarto parecia um deposito de pneu queimado... sem contar na fumana que foi se formando... Saldo do dia: aquecedor queimado, quarto esfumacado e, principalmente, frio, pois tive que abrir portas e janelas para areja-lo, levando todas as esperancas de uma noite quentinha de sono... Refaco minha peregrinacao a loja para comprar outro aquecedor. Desta vez, compro o segundo mais barato (sou mesmo insistente com esse tipo de coisa...), com formato de radio dos anos 20, feio, cinza, mas... funciona! Os meses de inverno passam sem preocupacao e meu aquecedor se mante firme e forte... ate hoje.

Capitulo tres: o ventilador.

Saimos do inverno e, em menos de um mes, estavamos num calor escaldante... incrivel como a temperatura daqui muda bruscamente. Entao, nada mais justo do que comecar ligando o ventilador. Quando esquentasse mais, eu ligaria o ar condicionado. O ventilador comecou funcionando muito bem. Passei ate a dormir com ele ligado, nao dava nenhum problema. Soh que as vezes sou obrigada a lembrar que estou na India, e aqui, durante os meses de verao, sofremos com as infernais quedas de energia. E numa dessas quedas, o ventilador foi e nao voltou mais... pobre ventilador, tao bonzinho, e desta vez nem foi tanta culpa dele assim... Como eu precisaria mandar alguem instalar outro ventilador (pois isso nao esta incluso no meu curso Tabajara), chamei a dona do apartamento que, em tres dias, mandou um tecnico para instalar um ventilador novo. Tres dias de sofrimento que me fizeram ligar o ar condicionado. Ainda bem que liguei logo, porque se fosse esperar a necessidade para bota-lo para funcionar, eu estaria perdida...

Capitulo quatro: o ar condicionado.



Jeca que eh jeca tem que aprender a mexer em qualquer aparelho no dedo, nada de olhar no manual de instrucoes!... Eu nunca tive ar condicionado em casa, o meu daqui foi o primeiro. Recem-instalado, ficou na parede quase dois meses antes que eu apertasse qualquer botao. E como nao sabia que botao apertar primeiro, fui apertando todos os “ON” que vi pelo caminho. Resultado: primeiro veio um ruido, depois um barulho igual a motor de caminhao e, por fim, a explosao.... bum!.... e meu ar condicionado morre no mesmo dia em que da as primeiras baforadas geladas. E quase que me leva junto: o barulho foi tao assustador que pensei que havia uma granada explodindo dentro do ar condicionado... pelo menos o tecnico aproveitou a visita para instalar o ventilador e tambem consertou o ar condicionado. Sim, consertou, porque era Samsung. Se fosse da marca “Aladim” ja teria ido para o brejo e eu teria que desembolsar 35000 rupias para comprar um novo... ja o primeiro ventilador era da marca “Aladim”...

Ultimo capitulo: o ferro de passar roupas.

Posso ser pao-dura, mas na hora de comprar o ferro de passar roupas nao economizei. Sou pessima para passar roupas, apesar de gostar da funcao, entao o jeito era comprar um super-ferro, daqueles que vem com diferentes opcoes de temperatura, lugar de colocar aguinha para selecionar se a passada vai ser “a seco” ou “a vapor”, luzinha que acende quando a temperatura esta mais quente que o ideal, enfim, tinha que ser um ferro foda. E o meu foi, soh faltou a opcao de servir cafezinho. E melhor, era rosa! (:D). Consegui passar roupas por 10 meses sem nenhum problema. As roupas podiam nao ficar tao bem passadinhas, mas o ferro continuava la, firme e forte. Ate que numa outra bela manha de sol... fui passar roupas assistindo ao “bendito” jogo de futebol do Brasil contra a Argentina na semi-final das Olimpiadas. Era um raro momento em que a televisao indiana mostrava um jogo do Brasil e eu nao podia perde-lo por nada nesse mundo! Entao juntei o util ao agradavel: como tinha muita roupa para passar, resolvi colocar a tabua na frente da tv e ir acompanhando o jogo enquanto ia passando. E foi soh o que precisou, um gol da argentina, e meu ferro pulou da tabua para o chao, queimando dedo, mao, quase meu pe, e deixando rolar para o lado o botao que regulava a temperatura... os fisicos que me expliquem, mas o ferro caiu com a parte quente para baixo, me queimou toda, e ainda conseguiu arrebentar esse botao que ficava na parte de cima, protegido ainda pela alca que usamos para segura-lo...e o botao ainda me fez o favor de se quebrar em quatro pedacinhos, pode?... aaaaaaahhhhhh!!!!!!! E mais uma vez, minha tecnica “Tabajara consertator” teve que ser posta em pratica. Ajustei o botao de volta no ferro e, apesar de nao saber mais a que temperatura o ferro se encontra, pelo menos consigo saber se ele esta ligado ou nao. Comprar outro? Nao sei. Se o melhor ferro da loja me decepcionou assim, quem dira o mais baratinho...

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