quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Conta de banco




Encerramento de conta em banco nunca é complicado demais. É complicado, mas o procedimento não leva muito tempo, a não ser que se tenha uma dívida pendente no banco ou algo semelhante. Mas fechar conta num banco localizado em Nova Déli é outra coisa... principalmente se o banco for do governo...
Explicarei: para quem ja foi na Índia e teve a ‘oportunidade’ de abrir conta em bancos de lá, dá para perceber descaradamente a diferença dos serviços entre os bancos privados e do governo. Bancos como HSBC, Real e CityBank apresentam infra-estrutura de primeira linha, atendimento personalizado, filas pequenas para atendimento nos caixas e claro, estão abertos até em dia de domingo. Já os bancos estaduais e federais são completamente diferentes: a primeira impressão que se tem quando se entra num banco desses é a de que voltamos no tempo; parece que estamos num banco dos anos 70, onde todos os procedimentos bancários são feitos a mão, há pilhas e pilhas de papeis encima de todas as mesas, quando há um computador, ele trava toda hora ou está desativado, há filas enormes e demoradas para atendimento nos caixas e, o mais imporante, ninguém sabe te informar quem pode te ajudar com qualquer que seja o seu problema.
Para a minha ‘sorte’, o ICGEB tem parceria com um desses bancos e, consequentemente, todos os seus alunos e funcionários tem que abrir uma conta lá para receber a bolsa de estudos ou o salário. E lá vou eu abrir a conta no tão querido banco...
Nao passou dois meses e resolvi que ter uma conta paralela num banco privado seria de grande utilidade, pois às vezes nem o caixa eletrônico do banco estatal tinha dinheiro disponível para saque. Isso foi uma beleza. Sempre que o dinheiro era deposito na conta do banco do governo, imediatamente eu o transferia para a conta no banco privado e ,dali, eu movimentava tudo. Mas o pior ainda estaria por vir. E isso aconteceu dois anos depois, quando fui ao banco encerrar a conta, já que estaria voltando ao Brasil e não a utilizaria mais.
Cheguei ao banco às 10 e meia da manhã, horário em que ele abre. Passei pela mesa de 4 funcionários que ficavam brincando de pingue-pongue comigo, me jogando de mesa em mesa cada vez que eles perdiam a paciência por me ouvir toda hora fazendo perguntas e querendo saber quando minha conta seria encerrada. Finalmente um deles se cansou de ouvir minha ladainha e minha peregrinação interminável pelo banco e resolveu ajudar. Cancelou meus cheques e cartões, e sacou o dinheiro que ainda restava na minha conta. Agora só faltaria fechá-la definitivamente. Já era uma e meia da tarde, quando os funcionários resolveram mandar o ‘pepino’ de fechar a minha conta para a gerente. E esta, tranquilamente, veio me dizer que, apesar dos meus cheques e cartões já estarem cancelados e de eu não estar devendo nada para o banco, ela não poderia fechar a minha conta. A justificativa para tal veio como um “mmhhh xiiibsss rrrauugghh...”, algo como um gemido, uma frase sem palavras e sem explicação que acabou ficando no ar. A única explicação dada a mim foi a de que a minha conta deveria estar inutilizada por pelo menos um mês para que ela pudesse ser cancelada. Só que no proximo mês eu não estaria lá para fechá-la e, a propósito, por que não me disseram isso na primeira vez em que eu falei “vim fechar minha conta”? Por que cancelaram meus cheques e cartões se não podiam fechar minha conta? Desperdicei três horas no banco para ouvir sarcasticamente do gerente administrativo a seguinte frase:
- Veja bem minha senhora, você não pode fechar conta nesse banco. Leia o nosso slogan: “Banking for life”...
É mole?!