segunda-feira, 25 de maio de 2009

O chefe viajou!


Em todo lugar é a mesma coisa: é só o chefe viajar que todo mundo fica mais lento no trabalho… é gente chegando tarde, saindo cedo e, nesse ínterim, passam o tempo jogando paciência, baixando musicas e vídeos pela internet, batendo papo e fazendo diversas paradas na cantina (quando o ambiente de trabalho dispõe de uma). Pois é, e eu tive a incrível descoberta de que...de que... em TODO lugar é assim! Todo lugar messssmo. Não pensem que num ambiente onde a maioria dos funcionários tem, no mínimo, um mestrado em seu currículo, obedecem as normas de trabalho ao pe da letra. E é muito engraçado ver aquela cambada de pesquisadores de renome saírem às escondidas porque o pesquisador chefe daquele grupo foi fazer uma viagem para participar de conferencias na Europa. Parece ate piada, mas ate no's pesquisadores, que trabalhamos praticamente por conta própria, não precisamos participar de reuniões diárias, damos satisfação ao nosso chefe uma vez na semana (e olhe lá!), não temos obrigatoriedade de horários de trabalho e tocamos nossos projetos com certa independência, nos consideramos no “dever” de sairmos mais cedo quando o chefe não está presente. Por mais que tenhamos trabalhos importantes para fazer, por mais que os experimentos exijam que fiquemos ate mais tarde trabalhando, não tem jeito: se o chefe não estiver lá pelo menos para dar uma passadinha no laboratório e dizer que está vivo, não há trabalho que renda.
No Instituto de Pesquisa em que estou, da' para saber quantos pesquisadores-chefe estão viajando pelo movimento da cantina: a maioria do pessoal toma o café-da-manha e almoça lá. Então, quando o movimento esta' fraco (e fraco entende-se como se fosse feriado, de tão vazio que fica) é porque alguém viajou. Essa semana descobri que um deles já esta viajando há uma semana e deve ficar pelo menos mais duas fora da cidade. Quando da' 17:30h, se você passar pelo laboratório dele ouvira' somente o barulho dos grilos, pois a manada de estudantes já debandou. No meu não é diferente. Meu chefe já esta há quase um mês sem aparecer no laboratório. E muita gente que antes trabalhava com afinco ate' as 19:00-20:00h, agora já da' o adeus as 18:00h. Quem chegava as 9:30h agora já chega as 10:00h e tem outras que já estão apelando, chegando ao meio dia. Tem dias que quase chego a perguntar se é feriado, pois um terço do pessoal chega tarde, outro terço não aparece e, o terço de gente que chega no horário, não trabalha...
Moral da historia: não adianta ter doutorado, pós-doutorado, pre-doutorado, de-lado-doutorado; sem um chefe para constantemente nos chicotear, ninguém faz.

2 comentários:

Anônimo disse...

Seja no Brasil ou na Índia a anarquia, no sentido político da palavra, não funciona. Exige-se o controle latente para que os doutores cumpram seus meros horários. É bom ver uma doutora das ciências biotecnológicas atenta aos fenômenos das ciências sociais! Afinal...

Profa. Anne Winne disse...

A sua foto foi bem ilustrativa!!! Adorei!! :)